Letras para armar
Sou não me basta mais, prefiro
Uso. Assim, ouso sendo sem
Ous no meu caminho. Meu
Osu já me serve para andar com minhas próprias veias.
Aos poucos eu começo a entender o que rege a minha escrita.
Aos poucos eu começo a descobrir o que um poeta é.
As palavras se nutrem do nosso páthos.
Sem páthos, não há logos
Hoje houve páthos em mim.
E aqui estão vocês de novo.
Vieram calmamente, no relento das notas de jazz.
Vieram matar as saudades das formas negras em terreno de cal.
Vocês são sempre bem-vinda, disso eu sempre soube.
E vem em nome de quê em mim?
Vem em nome de descobertas, sempre não?
Redescobertas de que minhas palavras não são minhas
São coisas que são usadas por mim, pelos outros
Eu me pergunto o que me ata à vocês?
O que de mim vocês levam?
Existe mim em vocês?
Desconfio que não.
Vocês são palavras
Eu não sou.
Não sou eu.
E talvez nem soe como se fosse.
Vocês gostam de brincar, não é?
A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divino
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu
E eu gosto
De estar na terra
Cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano
Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso
Moska e Duncan
O que eu tenho é minha atitude
O que eu levo é minha atitude
O que pesa é minha atitude
Minha porção maior
Z. Duncan...